Elaborado a partir do branco e do preto, em proporções iguais, o cinzento simboliza a ressurreição, mas também a dor, o luto e os estados de espírito de tristeza e melancolia. O cinzento é também a primeira cor apercebida pelos seres humanos, que de olhos fechados se associam ao cinzento, em relação ao qual definem as restantes cores.
O cinzento é a cor das cinzas, que são uma matéria residual da combustão e, por esse motivo, a sua cor cinza simboliza aquilo que resta depois de o fogo da vida se ter extinguido. Ao estar ligada à morte, a cor cinza está automaticamente associada ao eterno retorno, ou à renovação cíclica. O renascimento faz-se a partir das cinzas na mitologia da Fénix e nos heróis dos índios da América Central. Os cavalos-fantasmas do deus nórdico Odin eram de cor cinzenta, e representavam as almas dos guerreiros mortos em combate. Na simbologia cristã, o cinzento é sinónimo de ressurreição e de vida após a morte. Os rituais de consagração de novos templos e catedrais incluíam a utilização de cinzas abençoadas. Na Idade Média, Cristo é representado por muitos artistas por um manto cinzento nas cenas que se referem ao dia de Juízo Final. Enquanto que na cultura cristã o cinzento significa o alívio do luto, os judeus cobrem-se de cinza para exprimir uma profunda e intensa dor. Os hindus também cobrem o seu corpo com cinza, simbolizando esta cor o seu despojamento dos bens, dos valores e dos desejos terrenos.
O tempo é cinzento quando está enevoado e chove, o que imediatamente se relaciona com estados de alma tristes e melancólicos. É também uma cor que exprime aborrecimento e monotonia. Uma tez cinzenta nos seres humanos é muitas vezes associada a falta de saúde. Diz-se que os recém-nascidos se apercebem primeiro do cinzento, e que depois vão progressivamente assimilando as restantes cores. Por esta razão, o cinzento é considerada a cor de referência da personalidade e partir da qual todas as outras cores se distinguem para existirem. A cor cinza está associada também ao princípio Yang chinês, e ao fogo, ao Sol e ao Ouro. O cinzento não é uma cor fria nem quente, é um meio termo e uma espécie de estado intermédio, um permanente estado de indecisão, imprecisão e evolução.
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